DIOR A MEDIR CAUTELOSAMENTE UMA PERNOCA FEMININA
Não confundo alta-costura com alta cultura: um trapinho sublime não equivale a um romance genial. Mas a produção de roupas é uma arte, e a mais antiga. E também a mais efémera, como demonstra simbolicamente a sua primeira expressão, a “body painting”, anterior às pinturas rupestres. Ora, uma mulher bem vestida é quase tão irresistível como uma bem despida (claro que há quem fique bonita com tudo – e principalmente sem nada). Porém, existe uma coisa chamada gosto: violeta será uma boa cor para os cabelos no dia em que morena for uma boa cor para uma flor. Para não falar na utilidade: os saltos altos foram inventados por uma espertalhona que até então só tinha sido beijada na testa.
2007 foi um ano que esteve na última moda - até porque depois a crise deu o ar da sua graça e continua na crista da onda. Tivémos os 50 anos da morte de Dior, Valentino pendurou a tesoura e Calvin Klein celebrou 25 anos de cuecas.
Dior revolucionou a moda em 1947 – e foi a estrela da exposição “The Golden Age of Couture”, no Victoria & Albert Museum, em Londres (que se prolongou até Janeiro de 2008). Logo na primeira coleção, introduziu aquilo a que a editora da “Harper’s Bazaar, Carmel Snow, ungiu como o “new look”. Com as saias em forma de sino e as cinturas de vespa, exumou o glamour e feminilidade, depois da neura macilenta e patibular da II Guerra Mundial.
Dior, como a maior parte dos estilistas, era bicha até à raiz dos cabelos. Quando um rapaz resistiu aos seus avanços, alegando ser hetero, o costureiro ficou parvo: “Mas para quê raio precisas de uma mulher, se já nasceste?”
Já Valentino foi aquele que tornou as mulheres ainda mais tentadoras aos olhos masculinos. OK, existem feias potáveis. E é verdade que há numerosas beldades em que a coisa mais profunda é o sono. Mas a beleza é comovente, até por ser tão perecível. Como os boxers que Calvin Klein criou, com o seu logótipo em letras garrafais no elástico da cintura. Pausa para verificar se estou a usar boxers CK (não, por acaso não). Resultado: actualmente, só Alberto João Jardim aconchega os países-baixos em cuecas tipo slips. Certo, o marketing ajudou imenso. O primeiro modelo da primeira campanha CK foi o atleta olímpico Tom Hintnaus, fotografado pelo lendário Bruce Weber. A 30 euros o kit de 3 peças, a função da roupa interior CK não é apregoar luxo, e sim estilo. Assim como ele reciclou aquele epigrama gay de Dior: “Para o meu grande constrangimento, vim ao mundo na cama com uma mulher”.
. ...
. E AGORA, COM VOCÊS, HITLE...
. “CONSIDEREI ESCREVER UM R...
. CLARO QUE ELE ADORA PITBU...
. ALTA COSTURA E ALTA CULTU...
. ALICE NO PAÍS DAS MARAVIL...
. CASAIS DE ESCRITORES: PAL...
. LIVROS? DEUS ME LIVRE! 1 ...
. ÇA VA?
. RESORT 1 ESTRELA (NO PEIT...
. O ETERNO RETORNO DO ETERN...
. O BARDO DO FARDO E O TROV...
. ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA D...
. SEXO E OUTRAS COISAS EMBA...
. PUSHKIN, O EMBAIXADOR E E...
. A ÚLTIMA CEIA DO MODERNIS...
. Blogues de Estimação
. O Jardim Assombrado
. O Albergue Espanhol
. O Bibliotecário de Babel
. Ricardo D Ilustrações
. The Elegant Variation
. The Book Bench
. Think Tank
. Horas Extraordinárias
. Goings On
. Ler
. somsencompletelydifferent
. Delito de Opinião
. therestisnoise
. /papeles-perdidos
. No Vazio da Onda
. O Perplexo
. Ciberescritas
. Porta-Livros
. Papeles Perdidos