Se a Europa está de tanga, nada mais urgente do que falar sobre um especialista no assunto: Tarzan. Sobretudo porque o pai de um dos mais populares heróis da ficção universal também morreu com um trapinho a tapar os países baixos. Como é que é possível? Afinal, criar Tarzan era como receber uma licença vitalícia para imprimir dinheiro… Edgar Rice Burroughs urdiu o Rei das Selvas em 1912, sem nunca ter posto os pés em África. O primeiro romance combinava a lenda romana de Rómulo e Remo com Mógli, de Kipling. O autor nunca vira mais gordos o “bom selvagem”, de Rousseau, ou o Ubermensch (Super-Homem), de Nietzsche, antes que alguns cabotinos os invocassem para “explicar” Tarzan. E, se abriu o seu exemplar de “A Origem das Espécies”, de Darwin, foi para o colorir – não, não é maldade minha: um biógrafo examinou esse exemplar e jurou que não fora lido, embora Burroughs tivesse desenhado um macaco na primeira página. Tarzan estreou-se numa revista popularucha e, para pasmo do próprio autor, a idolatria foi instantânea. Seguiram-se 23 romances, a uma média de um a cada dois meses – os quais, apenas em vida do escritor, venderam cerca de 60 milhões de exemplares só nos EUA e foram traduzidos para todas as línguas. Foi então que Burroughs se tornou um pioneiro da actual crise financeira. Deslumbrou-se com a opulência e torrou tudo (incluindo numa inepta Disneylândia, a Tarzana), se endividando mais do que o BPN e o BPP juntos. Morreu em 1950, de pires na mão. No cinema, Tarzan teve imensos cabides, mas nenhum como Johnny Weismuller, nadador e recordista olímpico. Era perfeito para o papel, com o seu ar singelo e simiesco. Quando ele exclamava “Grmmmf!” ou “Afumalakatchumba!” para o seu elefante, o público acreditava nele – e o elefante também. Para engendrar o famoso rugido do herói, a Metro produziu uma miscelânea de vozes e ruídos, entre os quais uma soprano de ópera e sirenes de ambulância. A Jane desse supremo Tarzan foi Maureen O’Sullivan, mil vezes mais bonita que a sua filha, Mia Farrow. Se duvidam, assistam a “Tarzan and His Mate”, com aquela Eva africana a nadar nua no fundo do rio – sequência cortada no cinema mas exumada no DVD. Lição da desgraça de Burroughs? Bem, Hemingway disse um dia: “As três piores coisas na vida de um escritor são: dinheiro, bebida e mulheres. As três melhores, também”.
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